Em 7 de julho, o Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, firmou a parceria com a prefeitura de Tapiraí, buscando fortalecer a cadeia produtiva de gengibre do município. Tapiraí, localizado no interior paulista, é responsável por 70% de toda produção de gengibre do estado de São Paulo, sendo realizada por produtores familiares. A parceria propõe a realização de um projeto multidisciplinar, envolvendo as áreas de melhoramento genético, fitotecnia, fitossanidade, socioeconômica, pós-colheita, biologia molecular, e a prospecção de novos produtos.
A assinatura ocorreu durante a 2ª Edição da Feira Nacional de Gengibre - FENAGEN. O projeto contou com o protagonismo do IAC, da Prefeitura de Tapiraí e da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). O projeto possui a duração de três anos e atenderá em torno de 50 produtores familiares de gengibre do município. “A Secretaria acompanha a produção agropecuária do Estado. Os números que a gente tem é que a região de Tapiraí, Pilar do Sul, Piedade corresponde a cerca de 90% do cultivo do gengibre em São Paulo. Em nível nacional, a porcentagem chega a 30%, próximo do registrado com as exportações brasileiras do produto. São dados bastantes significativos. O que é mais importante da plantação do gengibre é a característica de ser uma cultura de pequenos produtores familiares e quando damos apoio à cadeia produtiva estamos beneficiando centenas ou milhares de famílias no Estado de São Paulo”, diz o coordenador Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Carlos Nabil.
O gengibre é um rizoma, ou seja, possui um caule subterrâneo, sendo essa parte consumida. A espécie é originária da Ásia, porém muito utilizada na gastronomia e produtos brasileiros como o quentão, in natura, mas também utilizado na indústria alimentícia e farmacêutica.
O IAC desenvolve diversas linhas de pesquisas atendendo demandas de grandes produtores e agricultores familiares. Esses trabalhos procuram desenvolver produtos e serviços de qualidade em sintonia com a sustentabilidade e desenvolvimento econômico. A pesquisadora do IAC, Eliane Gomes Fabri, destaca que o IAC disponibilizará profissionais de distintas áreas de excelência nesse projeto. Dessa forma o grupo irá avaliar desde os sistemas produtivos de gengibre, manejo, aplicação correta de defensivos agrícolas, uso adequado de Equipamento de Proteção Individual (EPI), produção de mudas in vitro, criação de uma coleção de germoplasma e melhoramento de material para obtenção de uma nova cultivar resistente à principal doença da cultura, a fusariose.
O trabalho será desenvolvido entre os técnicos do IAC, da Prefeitura de Tapiraí e agricultores. O Secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do município, José Raul Fabbri, informa que será montado o Núcleo de Desenvolvimento Agro tecnológico de Tapiraí. O Núcleo irá abrigar os projetos junto ao IAC e ao Instituto Federal de São Paulo Campus Boituva. ‘Esperamos que o projeto possibilite a melhoria na qualidade, produção, produtividade, valorização e comercialização do gengibre produzido em Tapiraí”, afirma.
A pesquisadora do IAC, Lilian Cristina Anefalos, reforça o compromisso do projeto em fortalecer a economia local, buscar novas oportunidades de mercado, desenvolver materiais mais resistentes à principal doença da cultura. “Iremos identificar os gargalos da produção para poder desenvolver a cadeia produtiva e melhorar produtos. Como se trata de um projeto de três anos estamos abertos a escutar os produtores, pois com o passar do tempo é possível que algumas questões sejam resolvidas e outras apareçam”, diz.
Fonte: Notícias Agrícolas