Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da soja de Mato Grosso para a safra 2022/23 atingiu 79,50% do total da produção já colhida, avanço de 7,41 pontos percentuais ao longo do mês de junho, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
"O aumento na venda está atrelado à necessidade em abrir espaço nos armazéns e, no caso de alguns produtores, em fazer caixa", disse o Imea.
Ainda assim, pela média história de cinco anos, a comercialização segue atrasada: o índice de venda da safra velha nesta época é de 88,13%.
Em relação ao preço médio, fechou em 110,03 reais/saca no Estado, redução de 2,38% no comparativo com o mês anterior, reflexo da grande disponibilidade da soja.
Para a safra 23/24, as negociações voltaram a apresentar "grandes volumes" e no mês de junho chegaram a 16,74% da produção, alta de 4,65 pontos percentuais ante o mês anterior.
"Com a aproximação do cultivo da safra, a necessidade de travar os custos e adquirir os insumos aumentou para alguns produtores, o que influenciou no ritmo das negociações", explicou o Imea.
O maior produtor de soja do Brasil começa a semear a soja em meados de setembro.
Apesar do avanço, o índice de vendas está abaixo do registrado para esta época na média de cinco anos (30,35%).
Em relação ao valor da soja para entrega futura, o preço médio fechou em 101,98 reais/saca, queda de 1,75% versus o mês anterior, "reflexo da pressão na cotação em Chicago".
O Imea ainda reportou avanço de 8,9 pontos percentuais na comercialização do milho 2022/23, para 53,47% da safra estimada.
"É importante ressaltar que ainda faltam 23,33 milhões de toneladas da produção da safra 22/23 para ser negociada, e com a constante desvalorização nos preços do cereal, as projeções de faturamento podem ficar menores", observou.
O Estado está colhendo uma safra recorde acima de 50 milhões de toneladas, segundo o instituto ligado aos produtores.
Para a safra 23/24 de milho de Mato Grosso, a comercialização andou menos de um ponto percentual, para 4,67%, segundo o Imea.
ReutersFonte: Notícias Agrícolas