Análises da hEDGEpoint Global Markets, especializada em inteligência de mercado, consultoria, gestão de risco e soluções de hedge para commodities agrícolas e de energia, apontam que a estimativa de produtividade da safra de milho 23/24 nos EUA está na faixa de 171,4 a 174 bu/ac, com média em 172,2 bu/ac (abaixo do USDA de Junho = 181.5 bu/ac). Apesar do baixo número de produtividade, com o acentuado aumento na área visto no relatório de junho (30), a atual projeção de produção é de 14.908M bu ou 378.7M ton (2% ou 9M ton abaixo do USDA de Junho = 15.265M bu ou 387,7M mt).
Segundo o analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global, Pedro Schicchi, a produtividade do milho deve ser definida ao longo deste mês de julho, porém a seca vista no Meio-Oeste americano até agora certamente já reduziu o potencial produtivo da safra, o que é visto pelo baixo nível das condições de cultivo reportadas pelo USDA.
“O clima tem se mostrado melhor nas últimas semanas com aumento na precipitação, principalmente no leste do cinturão do milho. O relatório de condições da semana (03/06) inclusive mostrou aumento nos níveis de Bom/Excelente. Embora em apenas 1p.p. a nível nacional, já é uma mudança significativas dos altos cortes vistos nas semanas anteriores”, afirma.
Ainda de acordo com ele, as previsões de curto prazo têm se mostrado positivas em termos de precipitação e, embora altas temperaturas apareçam nos mapas na segunda metade de julho – o que pode ser prejudicial –, a princípio elas não atingirão as principais regiões produtoras. Ainda assim é algo a se monitorar. “Porém, apesar de perspectivas mais positivas do que tínhamos até algumas semanas atrás, devemos lembrar que mesmo com uma melhora, a safra agora parte de um ponto mais baixo”, diz.
Soja EUA safra 23/24:
De acordo com o analista, atualmente as condições das lavouras de soja são reportadas em níveis baixos, embora não tanto como no milho em termos históricos. A soja possui um calendário ligeiramente diferente do milho. Ela em geral é vista como mais resistente ao clima ao longo de seu desenvolvimento, se tornando mais susceptível durante os estágios reprodutivos. Para os EUA, eles se darão no mês de agosto”, explica.
“Por um lado, isso dá mais tempo para a safra se recuperar das atuais condições ruins, mas por outro a expõe ao clima mais adiante, caso ele não seja bom. Por hora, previsões climáticas de mais longo prazo apontam combinação de calor e seca para o mês que, embora não em níveis extremos, não são uma boa combinação. Vale lembrar que os modelos de longo prazo têm variado bastante”, complementa.
Dado esse cenário, a hEDGEpoint Global Markets espera uma produtividade de soja entre 48.5 a 50.6 bu/ac, com média em 49.6 bu/ac (USDA de Junho = 52 bu/ac). “Mais uma vez na contramão ao cenário do milho, a área de soja se mostrou muito menor que o esperado no relatório da semana passada (30/jun). Por esta razão, não é necessário que a produtividade caia muito para que a produção já se torne bastante apertada”, diz.
Considerando o ponto médio da nossa faixa de produtividade, a hEDGEpoint Global Markets estima uma produção de 4.098M bu ou 111,5M ton (9% ou 11M ton abaixo do USDA de Junho = 4.510M bu ou 122,7M ton).
O analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global ressalta que, em ambos os casos, essas não são estimativas para o relatório do USDA na próxima semana (WASDE Julho).
“Embora os números do relatório de área já devam ser considerados no WASDE de julho, é raro que a agência faça mudanças na produtividade já neste mês. Nos últimos 10 anos, apenas em 2012 as produtividades de milho e soja foram alteradas de junho para julho. O mais comum é que elas passem a ser atualizadas a partir de agosto, com o início das pesquisas de campo. Por mais que 2023 tenha se assemelhado a 2012 em termos de condições e seca até metade de junho, as últimas semanas e as projeções de clima para julho têm sido mais otimistas este ano do que nesta mesma época em 2012”, pontua.
Fonte: Notícias Agrícolas