Trigo: Após disparada, mercado em Chicago realiza lucros e fecha com mais de 2% de baixa nesta 5ª

Nesta quinta-feira (6), a realização de lucros chegou ao mercado do trigo na Bolsa de Chicago e os futuros do cereal terminaram o dia com perdas de mais de 2% - variando de 12,50 a 16,25 pontos - nos contratos mais negociados. Assim, o setembro finalizou os negócios com US$ 6,58 e o dezembro com US$ 6,75 por bushel. 

O mercado cedeu depois da disparada da sessão anterior de mais de 5%, refletindo as preocupações com as condições na região do Mar Negro e o futuro do acordo sobre o corredor de grãos. O vencimento deste período do acordo é dia 18 de julho e as informações dando conta de que não será renovada estão cada vez mais latentes. 

Dessa forma, ainda de acordo com o time da Agrinvest Commodities, a tendência é de que o mercado do trigo siga bastante volátil, em especial com a Rússia dizendo que "não faz mais sentido participar de um acordo, uma vez que suas demandas não estão sendo atendidas". 

"Os futuros do trigo devolveram parte de seus ganhos em uma rodada de vendas técnicas. Além disso, com a alta em Chicago, o trigo americano ficou ainda mais caro na exportação, o que limita os ganhos para o cereal. Na América do Sul, as chuvas retornaramn e são muito bem vindas para as lavouras de trigo na Argentina, aliviando as preocupações com a produção da safra 2023/24 que está em fase final de plantio", explicam os especialistas da consultoria. 

Mais do que isso, ainda neste final de semana, o instituto agrícola francês Arvalis estimou a produção de trigo do país - que é o maior produtor da Europa - em 35,79 milhões de toneladas, superando a média dos últimos 10 anos. E na França, a colheita do trigo está começando e passa pouco mais de 1% da área, outro fator que também pesa sobre as cotações. 

Outras nações do Hemisfério Norte também têm avançado com suas colheitas, onde há a concentração de cerca de 90% da oferta mundial do cereal. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o mercado está descolado do mercado internacional, como explica Élcio Bento, analista da Safras & Mercado. "Existe uma certa firmeza para as cotações porque estamos na entressafra, mas pensando para a safra que vem - e para ser recorde é preciso de muito clima para se confirmar - tendemos a ter uma acomodação das cotações dentro do atual cenário porque os preços internacionais em baixa e um dólar abaixo de R$ 5,00, que torna a stituação mais complicada do que a do ano passado".

Além disso, é esperado ainda um excedente no Rio Grande do Sul que precisará ser colocado no mercado internacional, porém, os preços diante da paridade de exportação deverão ser mais baixos do que os atuais. 

Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes Notícias Agrícolas

Fonte: Notícias Agrícolas